O MVP (Minimum Viable Product) é tido como um elemento-chave para qualquer negócio inovador, fundamental em qualquer startup. Mas, afinal, por que ele é tão importante? Ele merece todo esse glamour?
A verdade é que esta abordagem de criação de produto traz consigo estratégias muito valiosas para toda empresa que deseja construir um crescimento consistente. A seguir, confira porque este assunto merece tanto sua atenção.
O que é MVP
MVP significa Minimum Viable Product. Em português costumamos falar em produto viável mínimo ou menor produto viável. No meio empreendedor, principalmente no contexto de startups, um MVP é a versão mais simples de um produto que pode ser lançada com uma quantidade mínima de esforço e desenvolvimento.
Um MVP ajuda os empreendedores a testarem suas hipóteses com fontes seguras de feedback: o próprio mercado. Com ele, pode-se iniciar o processo de aprendizado da forma mais rápida possível, usando poucas horas de trabalho e poucos recursos.
Consiste em tirar o projeto do papel com pouco risco. Normalmente, é um produto com recursos e funcionalidades limitadas, porém já útil.
Quando criar um MVP
Imagine criar um software completamente novo, do zero. Ou ainda, criar um recurso inovador com diversas funcionalidades exclusivas em um sistema já existente. Tal projeto passaria por diversas fases, envolvendo diversos profissionais e departamentos. Levaria meses ou anos para ser concluído. Certo? Logo, caso este sistema esteja em desacordo com as necessidades do mercado, toda esta empreitada terá sido em vão. Neste exemplo, pensamos em um aplicativo ou plataforma on-line, porém o conceito é aplicável a qualquer área da indústria.
Dentro do universo do Design Thinking, Metodologias Ágeis (Agile Software Development) e Lean Startup, parte-se da premissa de que todas nossas hipóteses são apenas hipóteses até serem testadas e validadas com métricas realistas e objetivas.
O MVP busca validar hipóteses, validar suposições. Existe real valor nas funcionalidades que estamos oferecendo? Minha solução tem usabilidade? Com base nos feedbacks e nas métricas utilizadas na avaliação do MVP, é possível tomar decisões mais assertivas, promovendo um progresso controlado baseado no princípio de construir, medir e aprender.
As frases “fail fast, learn faster” ou “fail fast, succeed faster” (falhe rápido, aprenda mais rápido e falhe rápido, tenha sucesso mais rápido, respectivamente) são frequentemente usadas para representar este modus operandi. Jamais em tributo ao fracasso, mas em apreço pelo aprendizado baseado em evidências.
Quando o produto já estiver maduro, com sua aderência comprovada, será muito mais fácil ganhar escala. Na verdade, será quase inevitável (se o MVP foi testado e metrificado corretamente).
É de grande importância ressaltar que este conceito não é apenas aplicável quando está-se pensando em criar um produto. Pode-se utilizar esta estratégia para testar campanhas promocionais, um novo site, um novo departamento ou uma nova abordagem a um problema. Comece com o mínimo, analise a resposta do público, aprenda e prossiga com mais propriedade.
Como criar um MVP
A ideia é perguntar-se quais características mínimas necessárias devem existir para verificar se determinado produto tem aderência no mercado, se ele é desejável e útil para quem realmente interessa: o usuário.
Neste processo, é importante se atentar a cultura e mentalidade vigente no ambiente. O objetivo não deve ser a entrega de um produto ou recurso. O objetivo é a entrega de valor. Assim como entregar mais com menos esforço, potencializar o trabalho colaborativo e construir o produto junto com o cliente. O foco está no feedback do mercado e na atualização do produto.
Não vamos nos aprofundar nos conceitos trazidos pelas metodologias Lean Startup, mas podemos, resumidamente e a título de exemplo, estruturar as etapas de criação de um MVP na realidade de desenvolvimento de software da seguinte forma:
- Alinhamento geral da equipe e definição do problema;
- Elaborar suposições e hipóteses;
- Definir o valor que você quer entregar;
- Definir para quem você quer entregar o valor (persona e proto-persona);
- Só então, definir funcionalidades;
- Testar utilizando protótipos de baixa fidelidade (rabiscos) e depois de média e alta fidelidade (com aplicações específicas);
- Desenvolvimento do produto.
É possível perceber como existe uma hierarquia nítida de processos que conduz a uma tomada de decisão baseada em premissas claras. Evita-se, aqui, decidir intuitivamente e investir esforços em uma funcionalidade não estudada e não testada – ela terá grandes chances de fracassar.
Erros mais comuns
Iniciar a operação com todos os processos automatizados é um erro frequente quando se pensa em MVP. No início de um projeto, você ainda não sabe quais funcionalidades vão permanecer no seu produto. Você deseja apenas testar sua tração no mercado. Logo, testar funcionalidades sustentadas por uma operação manual pode ser vantajoso. Dessa forma, você pode ir ao mercado já, agora. Caso a funcionalidade se mostrar relevante aos usuários, você dedica tempo na automação da mesma.
Pensar no produto antes do valor é um erro também recorrente. O produto deve ser uma consequência da identificação do problema (dor) e do levantamento e teste de hipóteses. Não podemos colocar a carroça na frente dos cavalos. O foco deve ser sempre a solução do problema e não a criação de um produto (que talvez ninguém use).
Métricas de vaidade e viés de confirmação são dois grandes vilões que podem sabotar seu produto. Não se deixe iludir por dados tendenciosos que comprovam apenas o que você deseja que seja verdade. Use métricas que permitam a você analisar o real valor do seu produto para o cliente usuário.
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