Em 2020, tivemos 4 bancos dentre as 5 companhias com capital aberto que mais lucraram no Brasil. Esta mesma estatística já havia acontecido em 2019. A verdade é que os bancos estão há anos na lista das maiores empresas deste país. Qual empreendedor nunca pegou a si mesmo contemplando a magnitude da operação bancária?

Mas afinal, como criar um banco do zero? Como abrir uma fintech? O que é preciso para criar um banco digital? Quanto custa abrir uma startup financeira? Existe um passo a passo para criar uma fintech ou um banco digital? Existe banco white label? Posso criar um banco com a minha própria marca? Afinal, qual é o sistema de um banco?

A resposta é surpreendentemente simples: BaaS – Banking as a Service. Parece absurdo? Não se preocupe. A explanação abaixo vai esclarecer esta ousada afirmação. Vamos lá?

Eu posso criar um banco?

Sugerir a abertura de um banco como empreendimento é uma suposição tão ambiciosa que parece permear entre a inocência e a insolência. Não é mesmo? Entretanto, esta é uma possibilidade completamente realista e tangível.

Mudanças regulatórias no mercado financeiro brasileiro passaram a permitir com que serviços financeiros fossem oferecidos por instituições de diversos setores, não mais exclusivamente bancárias. A esta cultura de mercado, damos o nome de Open Finance

Este movimento não é novo. A partir de pouco menos de uma década atrás, nasceram diversas iniciativas no mercado financeiro explorando todas as oportunidades desta nova regulamentação implantada pelo Banco Central do Brasil. Nasceram diversas carteiras digitais (wallets), promoções envolvendo cashback, dentre outros cases.

O que é preciso para criar um banco digital?

É seguro dizer que, de uma forma geral, pode-se utilizar ferramentas convencionais como um plano de negócio para arquitetar seu banco ou fintech, se atentando a algumas especificidades:

Modelo de negócio e estratégia

Como sabemos, um modelo de negócios descreve como uma organização cria, entrega e captura valor. Ele faz parte da estratégia de negócios e assegurará à empresa uma posição competitiva no mercado vigente. Assim como em outros nichos, é dada ao empreendedor do mercado financeiro esta missão de conhecer seu habitat e suas oportunidades, a fim de encontrar problemas (dores) a serem solucionados e criar produtos pelos quais os clientes estão dispostos a pagar para tê-los. Para lhe ajudar neste processo, confira aqui algumas ideias de como monetizar seu banco digital.

Tecnologia

É aqui que o Baas (Banking as a Service) participa do seu negócio. BaaS é como chamamos este conjunto de recursos que podem ser contratados para construir a tecnologia do seu banco digital. Você pode contratar produtos prontos e apenas colocar sua marca (white label) ou contratar serviços independentes, por meio de APIs BaaS (APIs financeiras), para integrar suas funcionalidades ao ecossistema financeiro do Brasil. Através do serviço de Core Bancário, você pode, inclusive, integrar diversos parceiros para criar o arranjo de tecnologias mais adequado para o seu empreendimento.

Regulamentação

Este é outro ponto bastante específico deste mercado que exigirá sua atenção. Dependendo de como você deseja atuar no mercado, deverá ter autorizações específicas do Bacen ou contratar parceiros devidamente regulamentados. Confira abaixo os tipos de instituições que fazem parte do sistema financeiro nacional.

Quanto custa para criar um banco digital?

No universo da tecnologia financeira, são praticados certos padrões de precificação para os produtos e serviços. Cada serviço terá suas particularidades de acordo com os recursos utilizados. Além disso, é possível haver orçamentos e propostas utilizando um ou mais modelos de precificação. Segue abaixo os mais comuns:

Setup

Trata-se de um valor cobrado para “colocar de pé”, montar ou configurar determinado conjunto de tecnologias para um cliente específico. Na criação de um banco digital, este valor fica em torno de 20 a 250 mil reais, dependendo das customizações.

Mensalidades

Mais convencional e bem conhecido, este modelo prevê a cobrança de um valor mensal por determinado serviço contratado. Novamente, no exemplo do banco digital, pense em um valor aproximado de 5 mil reais dependendo, novamente, do tipo de operação e dos serviços consumidos.

Pay per use

Do inglês, “pague pelo uso”. Neste modelo também bastante conhecido, você é cobrado proporcionalmente ao seu uso de determinado serviço.

Volumetria

Alguns preços sofrem flexibilização de acordo com cotas (faixas de valores), onde, por exemplo, o valor diminui com o aumento do volume contratado ou consumido. O oposto também é verdadeiro: começando do zero (sem clientes), algumas taxas de serviço tendem a ser maiores.

Desenvolvimento

Caso haja necessidade de customização de software ou integração com outros players, um orçamento específico é feito baseado em “hora/homem”, um termo frequentemente utilizado para fazer referência ao custo da hora dos desenvolvedores.

Equipe interna

Mão de obra relacionada a departamentos como comercial, atendimento, financeiro, jurídico, marketing, etc, podem ser mensurados considerando os salários base da região. Outra dinâmica bastante interessante a se considerar é o número de funcionários por cliente. Seria algo em torno de um funcionário para cada 500 clientes pessoa física e um para cada 200 clientes pessoa jurídica. Obviamente, isso depende muito do nicho, mas é como se um funcionário cuidasse de uma carteira específica de clientes.

Como podemos ver, para fornecer uma clara ideia do preço de determinado projeto no contexto financeiro, é necessário haver uma previsão mínima da operação. Quantas transações serão feitas no decorrer do mês e do ano, por exemplo. Quantos usuários ativos e qual a previsão de escalabilidade. São bem-vindos todos os detalhes que possam dar insumo a uma precificação mais precisa e justa.

Como monetizar seu banco digital?

Como mencionado anteriormente, cabe ao empreendedor e sua equipe explorar e conhecer o mercado de seu interesse para encontrar lacunas e oportunidades a fim de emplacar uma proposta única de valor, um benefício irresistível pelo qual seu cliente está disposto a “passar o cartão”. Abaixo, listamos alguns modelos populares com o objetivo de provocar uma reflexão exploratória.

  • Rebates: comissões sobre determinadas transações feitas pelo seu cliente.
  • Antecipação de recebíveis: um modelo pertinente para empresas que já possuem uma rede de terceirizados ou freelancers.
  • Carteira digital de saque para criptomoedas: inclusive com cartão bandeirado.
  • Ecossistema entre empresas parceiras: induzindo os consumidores e manter seu dinheiro em um circuito fechado de empresas graças ao benefícios oferecidos (cashback ou descontos);
  • Fidelização de clientes: quando composta por benefícios exclusivos, uma carteira digital (e-wallet) garante o retorno do seu cliente para efetuar novas compras em marketplaces, e-commerces e comércios físicos. Temos a Starbucks e sua carteira digital como um exemplo memorável.
  • Juros: sobre crédito, empréstimos e financiamentos.
  • Mensalidades e taxas: podem funcionar perfeitamente bem se sua conta digital oferecer benefícios equivalentes. Em um antigo contexto em que os bancos cobravam por transferência entre bancos (TED), os clientes não se importavam em pagar pelo saque em caixa automático (ATM) para obter transferência grátis entre bancos.

Muitas empresas, inclusive, já possuem um banco rentável e escalável em si. Ou seja, elas têm na sua operação em funcionamento diversas oportunidades de monetização. Confira aqui diversos sinais de um banco digital adormecido.

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Nós, da Atar B2B, estamos comprometidos com o seu negócio. Acompanhamos você em cada processo do seu projeto com uma assessoria próxima e um suporte prestativo.

Estamos há 9 anos no mercado financeiro, atendemos toda a regulação do Banco Central e já ganhamos mais de 10 prêmios de reconhecimento.

Sobre os autores

James Raul Withoeft
James Raul Withoeft
Coordenador de Marketing em Atar B2B | LinkedIn

Possui formação em Comunicação Social com habilitação em publicidade e propaganda e vasta experiência em branding, direção de arte publicitária, design gráfico, projetos editoriais, CX, UX e UI.

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